
Depois de “aposentado” pela Globo em 2022 — contra a própria vontade, diga-se — Galvão Bueno virou praticamente um andarilho do microfone. Primeiro, tentou levantar voo com o Canal GB, que nasceu prometendo rivalizar até com a Kazé TV, mas não decolou. Transmitiu até Brasil x Marrocos e deu a impressão de que vinha aí um império digital. Não veio.
Daí em diante, o narrador mais famoso do país passou a ser uma espécie de free agent da locução esportiva. Foi para a Band, onde comanda programa semanal e pode narrar Fórmula 1. De repente, está também na Amazon Prime, emprestando a voz a jogos do Brasileirão. Agora, chega a notícia de que ele fechou com o SBT para narrar a Copa do Mundo de 2026.
Galvão, mesmo setentão, segue em plena forma vocal, mas virou aquele personagem que a gente nunca sabe onde vai aparecer. Hoje, se você parar alguém na rua e perguntar “onde está o Galvão Bueno?”, a resposta será tão difícil quanto acertar uma zebra da Copa: ninguém crava.
O fato é que Galvão não para — e nem deve parar. Narrador das mil faces, ele vai continuar ecoando por aí. A única certeza é que, quando a bola rolar na Copa, seja em que canal for, a gente vai ouvir aquele grito que atravessa gerações: “Haja coração!”.