Em tempos de campanha, o candidato vivia com pressa. Queria votos como quem caça borboletas: correndo atrás do vento. Num desses dias, parou numa casa em Samambaia/DF e encontrou só um menino na sala.
— Cadê seu pai?
— Saiu.
— E sua mãe?
— Tá no banheiro.
Apertado pelo tempo, o político suspirou:
— Depois eu volto. Acho que ela vai demorar.
O menino, sem cerimônia e com a precisão de quem conhece os ritmos da casa, rebateu:
— Demora nada, ela já saiu da sala aos peidos!
O candidato arregalou os olhos, deu meia-volta e saiu rindo, pensando que campanha é isso: lidar com criança sincera, cheiro de gente e verdade sem filtro.
