O senador e presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), afirmou que a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos provocou um “prejuízo gigantesco” e acabou destruindo um projeto político da direita que, segundo ele, “já estava pronto para vencer a eleição”.

A declaração foi dada na noite deste domingo (12), durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band. Ciro classificou as ações de Eduardo no exterior como um erro estratégico que desorganizou a oposição e comprometeu as chances eleitorais da família Bolsonaro.

“Eu não sei o que eu faria se meu pai fosse injustiçado, mas foi um prejuízo gigantesco para nosso projeto político. Nós tínhamos uma eleição completamente resolvida”, afirmou o senador, em tom de desabafo.

Nos últimos meses, Eduardo Bolsonaro tem admitido ter participado de articulações internacionais que resultaram em sanções econômicas contra o Brasil e pressões sobre ministros do Supremo Tribunal Federal. Para Ciro, o deputado errou o alvo. “O foco deveria ter sido o presidente Lula, não os magistrados”, disse.

Pede decisão de Bolsonaro até o fim do ano

Ciro Nogueira também cobrou uma definição de Jair Bolsonaro sobre quem será o candidato da direita à Presidência em 2026. O ex-presidente, que segue inelegível, prometeu anunciar seu apoio “no momento certo”.

“Ele me garantiu que vai fazer sua escolha no tempo correto. Eu defendi que ele fizesse isso até o final do ano”, contou Ciro.

O senador reconheceu que, no momento, “não é viável” um nome da família Bolsonaro encabeçar a chapa presidencial, em razão da rejeição popular às medidas tarifárias recentes. Ele evitou comentar sobre alianças ou composição de vice, argumentando que o mais importante é definir “quem será a cabeça de chapa”.

Lula é o favorito, mas o jogo não acabou

Ciro avaliou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece hoje como favorito apenas porque “só tem um time em campo”. Segundo ele, a direita terá candidatos competitivos.

“Quando o outro time entrar em campo, com jogadores melhores, eu não tenho dúvida de que a gente vira esse jogo e vence a eleição no próximo ano”, afirmou.

Tarcísio não será “subordinado”

Sobre a possibilidade de candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente do PP disse que o ex-ministro será leal a Bolsonaro, mas sem submissão.

“Ele jamais pode trair o ex-presidente, mas também não vai ser subordinado a um mandato Bolsonaro. Pode ter certeza disso”, declarou.

“Bolsonaro não tem condição de ser preso”

Ciro Nogueira também relatou preocupação com o estado de saúde de Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar. “Ele não é uma pessoa saudável. Não tem a menor condição de ser colocado em um presídio. Se fizerem isso, vão matá-lo. Não tenha dúvida”, disse, lembrando as sequelas da facada sofrida em 2018.