A festa acabou. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu colocar freio no consumo desenfreado de medicamentos à base de semaglutida, como o famoso Ozempic. A partir de agora, a venda desses produtos só poderá ser feita mediante retenção da receita médica — o que muda completamente o acesso ao remédio que virou febre entre celebridades, influenciadores e anônimos em busca do corpo perfeito.
O Ozempic, originalmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2, virou o queridinho do emagrecimento rápido. A promessa de perda de peso em poucas semanas gerou uma corrida às farmácias e um mercado paralelo turbinado por redes sociais, com orientações sem qualquer base médica.
A decisão da Anvisa foi publicada nesta quarta-feira (16) no Diário Oficial da União e obriga farmácias e drogarias de todo o país a reterem as receitas médicas na hora da venda de medicamentos com semaglutida. Isso inclui o próprio Ozempic e outros similares, como Wegovy e Saxenda.
A medida visa conter o uso indiscriminado e os riscos à saúde causados pela automedicação. Entre os efeitos colaterais mais graves estão náuseas intensas, vômitos, pancreatite e problemas renais — muitos deles ignorados por quem vê no remédio apenas uma solução milagrosa para emagrecer.
Com a nova regra, a compra desses medicamentos se torna mais controlada, como já ocorre com substâncias psicotrópicas e antibióticos. É o fim da farra que transformou o Ozempic em item de luxo nas redes sociais, vendido até sem receita em algumas farmácias e grupos de WhatsApp.
A pergunta agora é: o que será dos que usavam o remédio como atalho para resultados imediatos? E mais: por que só agora a Anvisa resolveu agir, depois que o uso abusivo se espalhou como epidemia?