sexta-feira, 2 de maio de 2025
Censo 2022: Existência de rampa para cadeirante cresce 7,7 vezes em 12 anos, na Paraíba
18/04/2025 9:24 am
Ascom/IBGE Pixabay

Na Paraíba, o percentual de moradores em domicílios particulares permanentes situados em trechos de vias dotados de rampas para cadeirantes nas calçadas atingiu 9,2% do total de moradores em 2022 (289.708 pessoas), um crescimento relativo de 742,1% em relação a 2010 (34.405 pessoas), ou de 8 pontos percentuais em relação à proporção verificada em 2010, de apenas 1,2%. Mesmo assim, a proporção estadual de pessoas dispondo da presença desse importante equipamento de acessibilidade urbana, em 2022, foi a 8ª menor entre as unidades da federação e ficou abaixo da média nacional (15,2%), embora acima da taxa regional (8,7%).

Entre os municípios paraibanos, Parari foi o que teve o maior percentual de pessoas residentes em vias com existência de rampa para cadeirante (52,8%), seguido de Salgadinho (51,5%) e São João do Cariri (39,9%). João Pessoa (12,5%) e Campina Grande (12,9%) registraram taxas acima da média estadual.

As informações são do Censo Demográfico 2022: Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, cujos resultados foram divulgados pelo IBGE, nesta quinta-feira (17). O levantamento traça um panorama da infraestrutura urbana do país, relativo à acessibilidade, circulação de pessoas e veículos, drenagem pluvial e arborização nas áreas selecionadas para a pesquisa, com informações territoriais que integram dados populacionais e domiciliares, a partir de dez quesitos: capacidade de circulação da via; pavimentação da via; existência de bueiro ou boca de lobo; existência de iluminação pública; existência de ponto de ônibus ou van; vias sinalizadas para bicicletas; existência de calçada ou passeio; existência de obstáculo na calçada; existência de rampa para cadeirante; e arborização.

A unidade de investigação da pesquisa foi a Face de Quadra, que é a linha que representa graficamente os alinhamentos das fachadas do parcelamento dos lotes distribuídos nas Quadras. Assim, as faces consistem em cada um dos lados de uma quadra, contendo ou não edificações. Nesse estudo, utilizou-se o termo “vias” no significado de “faces de quadra”.

Na Paraíba, 6.271 setores censitários foram selecionados para a pesquisa das características urbanísticas do entorno, nos quais havia um total de 1.095.213 domicílios particulares permanentes ocupados, onde residiam 3.133.855 pessoas. No estado, o percentual de cobertura da pesquisa foi de 99,9%, o que corresponde a 1.094.599 domicílios com entorno pesquisado. O Setor Censitário é a unidade territorial de coleta e divulgação de dados estatísticos do IBGE. Cada setor censitário corresponde a uma porção em que o território nacional é fragmentado, considerando-se as estruturas territoriais, para permitir o levantamento de estatísticas nos prazos estabelecidos para a coleta.

As informações também mostram que 314.275 pessoas residentes na Paraíba viviam em vias com calçadas livres de obstáculos, o que equivale a apenas 10% do total de moradores em áreas urbanizadas. O quesito é novo no levantamento. Tais obstáculos dificultam a circulação dos pedestres, a exemplo de buracos, desníveis, rampas para veículos ou postes. 

Essas duas características urbanísticas foram verificadas pelos agentes do IBGE quando foi identificada a existência de calçada ou passeio nas vias, infraestrutura urbana cuja presença teve crescimento relativo de 40,7% entre 2010 (1.901.525 pessoas) e 2022 (2.674.546 pessoas). Isso contribuiu para que a proporção dos moradores em trechos com essa característica subisse 17,5 pontos percentuais (p.p.), passando de 67,8% para 85,3%, respectivamente. O indicador estadual de 2022, além de ser o 9º maior do Brasil e o 4º maior do Nordeste, ficou acima das médias nacional (84,1%) e regional (79,2%).

“Cabe ressaltar que, para o Censo de 2022, a existência de calçada foi verificada se houvesse ou não pavimentação, enquanto em 2010, a contabilização ocorreu se existisse caminho calçado ou pavimentado”, explica Jaison Cervi, Gerente de Pesquisas e Classificações Territoriais.

A pesquisa mostrou ainda que, no mesmo período, a proporção de moradores em vias com bueiro ou boca de lobo teve crescimento de 91,5% (passou de 444.939, em 2010, para 852.171 pessoas, em 2022), tendo a proporção de moradores em trechos com esse equipamento aumentado em 11,3 p.p. (passou de 15,9%, para 27,2%, respectivamente). A proporção estadual constatada no Censo 2022, assim como a regional (29,6%), ficou bem abaixo da média nacional, que foi de 53,7%. Além disso, foi a 6ª menor entre as unidades da federação, inferior apenas aos percentuais registrados no Maranhão (24,8%), Tocantins (21,8%), Ceará (20,9%), Rio Grande do Norte (19,2%) e Piauí (11,6%).

“Bueiros ou bocas de lobo são componentes importantes da infraestrutura urbana, desempenhando funções como a drenagem de águas pluviais na medida que coletam a água da chuva das ruas e calçadas, evitando alagamentos e acúmulo de água que podem causar danos à infraestrutura e propriedades”, explica Filipe Borsani, analista da divulgação.

A iluminação pública, característica urbanística com maior presença no entorno dos domicílios paraibanos investigados pelo levantamento, alcançou em 2022 uma taxa muito próxima da universalização, correspondente a 98,2% dos residentes nesses domicílios (3,1 milhões de pessoas). Em 2010, a proporção era de 96,6% (2,7 milhões de pessoas). O percentual estadual de 2022 foi o 10º maior do país, além de ter ficado acima das médias brasileira (97,5%) e nordestina (97,9%).

Na Paraíba, em 2022, 79,2% da população residiam em vias pavimentadas, 7ª menor proporção do país 

O levantamento constatou que 79,2% das pessoas residentes em domicílios paraibanos com entorno investigado viviam em vias pavimentadas, o que corresponde a 2,5 milhões de pessoas. O percentual não apenas ficou abaixo das médias nacional (88,5%) e regional (82,6%), como também foi o 7º pior entre as unidades da federação e o 3º menor do Nordeste, maior apenas que os do Maranhão (77,5%) e de Pernambuco (76,3%).

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