A vitória era esperada. Afinal, o Brasil enfrentava o lanterna das Eliminatórias, um Chile sem pretensões, saco de pancadas do continente. Ainda assim, a Seleção demorou a engrenar, só incendiando a partida quando Carlo Ancelotti mexeu no ataque e colocou em campo o impetuoso Luiz Henrique. No final, 3 x 0 Brasil.
Ancelotti iniciou com quatro atacantes, mas o time produziu pouco. O Brasil até abriu o placar, porém a torcida permaneceu em clima de apatia. O Chile, versão “Sport Recife” das Eliminatórias, mal ofereceu resistência.
A entrada do ex-Botafogo, protagonista da Libertadores de 2024, transformou o jogo. Com sua intensidade e coragem, Luiz Henrique deu a assistência para Lucas Paquetá marcar de cabeça — logo no primeiro toque do meia em campo, uma resposta simbólica após as suspeitas de manipulação de resultados. O atacante mostrou ser incisivo como poucos, algo que Martinelli, festejado na Europa mas irregular na Seleção, ainda não conseguiu.
O gol de Paquetá foi uma espécie de redenção. Em menos de um minuto após entrar, ele foi às redes, embalado pela jogada vibrante de Luiz Henrique. O meia mostrou que, mesmo em meio à desconfiança, ainda pode ser peça útil.
Neymar bem que poderia…
Ancelotti, entretanto, perdeu a chance de observar Neymar, que não foi sequer convocado. Exigente ao extremo, o técnico só pretende convocá-lo quando estiver 100%. Mas um jogo tranquilo como esse permitiria ao treinador conhecer melhor o camisa 10, que historicamente se entrega à Seleção. A ausência foi um erro estratégico.
Com a vitória, o Brasil se garante em segundo lugar, ainda que distante da líder Argentina, dez pontos à frente e embalada por mais um show de Messi contra a Venezuela. Apesar da campanha irregular e histórica em termos negativos, a vaga nunca esteve em risco. Agora, a despedida será em La Paz, a 4 mil metros de altitude.