Em uma decisão surpreendente e polêmica, o Botafogo da Paraíba oficializou, nesta segunda-feira (21), a venda do mando de campo do jogo contra o Flamengo, válido pela terceira fase da Copa do Brasil. A informação, confirmada pelo clube, causou indignação entre torcedores e acirrou ainda mais a crise em torno da partida.

O duelo, inicialmente previsto para acontecer no Estádio Almeidão, em João Pessoa, já vinha cercado de controvérsias. Primeiro, o clube resistiu a propostas para levar o jogo a Brasília. Depois, mesmo mantendo a partida em casa, o Botafogo decidiu cobrar preços altíssimos pelos ingressos — valores que variavam entre R$ 300 e R$ 500 — provocando reações de protesto da torcida e até questionamentos do Procon de João Pessoa.

Agora, a reviravolta é ainda maior: o Botafogo aceitou a “maior proposta do Brasil” para vender o mando de campo. A partida contra o Flamengo, dia 1º de maio, vai ser realizada no Estádio Castelão, em São Luís, no Maranhão. A venda do mando de campo foi feita após o Botafogo-PB aceitar a maior proposta financeira feita no Brasil até hoje para esse tipo de negociação. Segundo se especula, de R$ 6 milhões.

“O jogo será realizado em São Luis do Maranhão. Causou muita estranheza esse desconforto da torcida, os protestos. Não esperávamos essa discussão. Estávamos sendo assediados por muitas propostas. A gente não pode perder nosso foco. A gente reviu a questão e fazer a mudança seria satisfatório para a gente porque vai acelerar muitos investimentos na nossa estrutura física”, disse Alexandre Gallo.

A venda do mando representa um duro golpe para a torcida botafoguense, que se mobilizou para tentar manter o jogo no Almeidão. Revoltados, muitos já acusam a diretoria de “trair” o espírito esportivo e priorizar o caixa do clube em detrimento da paixão popular.

A pressão promete aumentar nas próximas horas, e o Botafogo-PB terá que lidar não apenas com o Flamengo, mas também com a fúria de sua própria torcida.