- Redação ON
A delação de Mauro Cid trouxe à tona detalhes impactantes sobre ações realizadas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelando um esquema complexo que vai muito além das acusações de tentativa de golpe. Com a decisão do ministro Alexandre de Moraes de abrir o sigilo do processo, emergiram informações sobre a falsificação de cartões de vacinação, manipulação de redes sociais e até mesmo a venda de joias recebidas como presentes oficiais. O escândalo envolve diretamente Bolsonaro, seus assessores e familiares.
De acordo com Cid, a ordem para falsificar dados de vacinação contra a Covid-19 partiu do próprio Bolsonaro. O ex-presidente teria solicitado a adulteração das informações tanto para si quanto para sua filha, visando driblar as restrições internacionais de viagem impostas durante a pandemia. O relato reforça o discurso negacionista adotado por Bolsonaro em relação à vacina, enquanto secretamente buscava obter a documentação necessária para viagens ao exterior.
Além disso, Mauro Cid detalhou a existência de um esquema organizado para manipular redes sociais com o intuito de atacar instituições públicas e desacreditar o processo eleitoral brasileiro. Segundo o delator, o gabinete digital era composto por Técio Amnô e José Mateus, assessores diretos de Bolsonaro, além de seu filho, Carlos Bolsonaro. Juntos, eles administravam contas em diversas plataformas, exceto no WhatsApp, onde o próprio ex-presidente era responsável por disparar mensagens, inclusive com informações falsas.
Outro ponto crucial da delação foi a revelação sobre a venda de joias recebidas por Bolsonaro como presentes diplomáticos. Segundo Cid, o ex-presidente ordenou a venda desses itens no exterior, utilizando intermediários para receber o dinheiro. Ele detalhou os nomes dos envolvidos na operação, os valores negociados e os estabelecimentos utilizados para alienação das joias, desmentindo a alegação inicial de Bolsonaro de que desconhecia a existência dos bens.
As declarações de Mauro Cid ampliam significativamente o escopo das investigações contra Bolsonaro, que agora se estendem desde a tentativa de golpe até casos de falsificação de documentos públicos e enriquecimento ilícito. As informações fornecidas poderão ser cruciais para o avanço dos processos judiciais em curso. Com o sigilo quebrado, os próximos desdobramentos poderão impactar diretamente o cenário político brasileiro.