Em meio a investigações que o colocam no centro de acusações graves, o ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou preocupação com a possibilidade de ser preso a qualquer momento. Em entrevista ao canal Auri Verde Brasil, Bolsonaro comentou sobre o pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) avalie a necessidade de sua prisão preventiva. 

O pedido de Moraes à PGR foi motivado por uma notícia-crime protocolada pela vereadora Liana Cirne (PT-PE) e pelo advogado Victor Fialho Pedrosa. Eles alegam que Bolsonaro, ao convocar atos públicos em favor da anistia de réus e condenados pelos ataques de 8 de janeiro, pode ter cometido delitos de obstrução de Justiça, incitação a crimes contra as instituições democráticas e coação no curso do processo. 

Durante a entrevista, Bolsonaro ironizou o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) por Alexandre de Moraes para deslocamentos. Ele afirmou que, se o ministro “salvou o Brasil de uma ditadura”, deveria viajar em voos comerciais para ser aplaudido. Essa declaração faz referência a uma matéria da Folha de S.Paulo que destacou o uso de aviões da FAB por Moraes para acompanhar jogos do Corinthians. 

Além disso, Bolsonaro questionou a imparcialidade de figuras como o ministro da Justiça, Flávio Dino, mencionando um tweet de 2014 em que Dino sugeria que providências deveriam ser tomadas contra ele. O ex-presidente argumentou que declarações como essa comprometem a isenção necessária para julgá-lo.

Esses acontecimentos ocorrem em um contexto de crescente pressão jurídica sobre Bolsonaro. Recentemente, o STF decidiu que o ex-presidente deve ser julgado por suposta tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar penas significativas, aprofundando ainda mais a crise política no país.