- Redação ON
Na entrevista que deu ao jornalista Léo Dias, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez críticas à atriz Fernanda Torres e ironizou o filme “Ainda Estou Aqui”. A produção, dirigida por Walter Salles, tem gerado debates no cenário cultural brasileiro.
Bolsonaro questionou o uso de recursos da Lei Rouanet para financiar projetos culturais, sugerindo que tais investimentos deveriam ser reavaliados. A atriz Fernanda Torres, protagonista do filme, respondeu às declarações de Bolsonaro, defendendo a importância do incentivo à cultura e ressaltando que a arte desempenha um papel fundamental na sociedade.
O filme “Ainda Estou Aqui” tem sido elogiado por críticos e recentemente recebeu reconhecimento internacional, incluindo elogios do renomado diretor Martin Scorsese. A controvérsia em torno das declarações de Bolsonaro trouxe ainda mais atenção para a produção e para os debates sobre financiamento cultural no Brasil.
Questionado se havia assistido ao longa, Bolsonaro respondeu: “Eu não tenho tempo de ver filme, até ler livro é quase impossível pra mim.” Em seguida, ele questionou a veracidade do relato apresentado no filme, afirmando que “não houve ditadura, não houve tortura”.
O ex-presidente sugeriu que a narrativa do filme faz parte de uma construção ideológica e que não retrata a realidade do período militar no Brasil. A declaração reforça sua posição histórica de negação da ditadura e da repressão política ocorrida entre 1964 e 1985. O filme é baseado em relatos documentados de vítimas do regime militar e busca retratar episódios de perseguição política, tortura e exílio durante aquele período.
É importante ressaltar que Ainda Estou Aqui não recebeu financiamento da Lei Rouanet. De acordo com o Ministério da Cultura, o filme foi produzido com recursos próprios, sem qualquer verba pública federal. Além disso, a Lei Rouanet não se aplica à produção de longas-metragens de ficção desde 2007, quando houve uma alteração que restringiu seu uso a curtas, médias-metragens e documentários.