A orla de João Pessoa voltou a ser palco de mobilização política neste domingo (23). No Busto de Tamandaré, dezenas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram para protestar contra a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O ato, convocado pelo presidente estadual do PL, Marcelo Queiroga, marcou a primeira manifestação bolsonarista na capital paraibana após a decisão judicial que manteve Bolsonaro detido na sede da Polícia Federal em Brasília.

A concentração começou no início da tarde e, embora pequena, teve presença de figuras conhecidas do campo conservador na Paraíba. Faixas, bandeiras e carro de som deram o tom da mobilização, que misturou discursos políticos, críticas ao Supremo e apelos por “resistência”.

À frente da mobilização, Marcelo Queiroga — ex-ministro da Saúde e hoje presidente do PL na Paraíba — repetiu a tese de que a prisão de Bolsonaro é “uma violência sem precedentes” e disse que a reação nas ruas é “um dever de quem defende a democracia”.

Queiroga também circulou entre os apoiadores, gravou vídeos e conversou com lideranças locais, numa estratégia clara de reposicionar o PL paraibano como linha de frente da defesa do ex-presidente.

Nilvan reaparece ao lado de Queiroga

A presença que mais chamou atenção foi a do radialista Nilvan Ferreira, que depois de sair do PL tenta agora retornar à legenda com o apoio explícito de Queiroga — movimento que encontra resistência dentro do próprio partido, especialmente do deputado estadual Wallber Virgolino, crítico aberto à reaproximação.

Nilvan, porém, ganhou um reforço importante nos últimos dias: o aval da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

No ato, Queiroga abordou o comunicador diante das câmeras e puxou uma espécie de minientrevista sobre o momento político. Nilvan respondeu com um discurso inflamado, ampliando a crítica ao STF e mirando também o Congresso Nacional:

“O que estão fazendo com Bolsonaro é um recado para quem ousar enfrentar o sistema”, afirmou.

“O que estamos vivendo é um ataque para garantir a predominância da esquerda por décadas. Precisamos mostrar às pessoas o tamanho do risco que o Brasil corre.”

Na resposta, captada em áudio, Nilvan também falou em “renovação profunda” em 2026, defendendo a eleição de parlamentares “com postura” e de governadores alinhados com o bolsonarismo.

O ato terminou no fim da tarde, com orações, gritos de “liberdade” e a convocação de novas mobilizações nos próximos dias, a depender dos desdobramentos em Brasília.