Uma pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Travessia, a pedido do Estadão, reuniu dez eleitores paulistanos que declararam arrependimento em relação ao voto nas últimas eleições presidenciais. O grupo, composto por cinco eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cinco de Jair Bolsonaro (PL), participou de um grupo focal conduzido pelo cientista político Renato Dorgan, CEO do Instituto Travessia. Durante a dinâmica, os participantes expressaram insatisfação com suas escolhas eleitorais, apontando fatores como a alta da inflação, baixos salários, priorização de interesses pessoais em detrimento dos interesses do país e a tentativa de golpe de Estado como razões para o arrependimento. A pesquisa revelou uma onda de descontentamento entre os eleitores, evidenciando a complexidade do cenário político atual e a volatilidade das preferências eleitorais.
No caso de Lula, a principal reclamação é o desempenho econômico insatisfatório: Alguns eleitores esperavam melhorias econômicas mais significativas e rápidas, e se decepcionaram com a lentidão ou ausência dessas mudanças. Promessas de campanha não cumpridas, bem como a estão ineficaz de políticas públicas.
Os bolsonaristas arrependidos reclamam da condução da pandemia de Covid-19; a forma como o governo lidou com a crise sanitária. Também a sua postura antidemocrática, ataques às instituições e intenção de um golpe. E ainda a tentativas de descredibilizar o sistema eleitoral e ameaças às instituições democráticas afastaram eleitores que valorizam a estabilidade política.