A disputa pelo Hotel Tambaú ganhou um novo capítulo – e talvez o mais explosivo. Derrotado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que confirmou por unanimidade o grupo potiguar A Gaspar como legítimo proprietário do empreendimento, o advogado e empresário Rui Galdino afirmou, em conversa com o portal O Norte Online, que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que também dispõe de R$ 100 milhões para assumir e recuperar o hotel, o mesmo valor anunciado pelo grupo vencedor.
Na conversa, Galdino não escondeu a indignação com o desfecho da ação no STJ, disse que o julgamento foi “relâmpago” e chegou a citar “manobras” e irregularidades que, segundo ele, teriam ocorrido na condução do segundo leilão. Parte dessas alegações foi acompanhada de petições, contestações e documentos enviados pelo próprio advogado à redação. Como o processo está sob segredo de justiça, O Norte não publicará nenhum desses anexos, mas registra o teor geral do que foi dito por ele.
Mesmo ciente de que a Corte já antecipou que não admitirá medidas protelatórias, Galdino afirma: “Vou recorrer. Não quero nem saber.” Ele sustenta que há pontos “muito graves” que ainda precisam ser apreciados e que serão levados ao STF, incluindo questionamentos sobre a condução do primeiro e do segundo leilões, a legitimidade de determinados atos processuais e divergências sobre valores pagos à época.
O advogado reforçou que mantém R$ 45 milhões depositados judicialmente, referentes à arrematação original do hotel, e que esse montante só será liberado após o encerramento definitivo da disputa. Segundo ele, sua participação foi legítima desde o início, já que chegou a receber carta de arrematação e a assumir formalmente o imóvel.
“Ele (Ruy Gaspar) acha que ganhou? Então por que não assume?”, desafia Galdino.
Sem citar nomes, Galdino mencionou que enfrentou pressões políticas do Governo e da Prefeitura de João Pessoa, e um “rolo compressor econômico” do grupo adversário. Ressaltou ainda que recebeu contatos de magistrados, autoridades e apoiadores, que teriam se solidarizado depois da decisão do STJ
Do outro lado, o grupo A Gaspar celebra a vitória na Justiça e já anunciou que possui R$ 100 milhões reservados para restaurar o hotel, pretendendo iniciar as obras após o Carnaval de 2026.
O tom adotado por Galdino, aliado ao envio de documentos e ao anúncio de um recurso imediato ao STF, mostra que a disputa – que já dura cinco anos e manteve um dos maiores cartões-postais da Paraíba fechado desde 2020 – está longe de terminar. Agora, o conflito chega ao seu último e mais decisivo capítulo.