sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Após deixar a Paraíba, grupo Hapvida pode vender TVs em Pernambuco e Rio Grande do Norte
02/12/2025 08:13
Redação ON Reprodução

Depois de vender todos os seus veículos de comunicação na Paraíba no início deste ano, o grupo ligado à família fundadora da Hapvida pode repetir o movimento em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. A possibilidade voltou a ganhar força nos bastidores do mercado de mídia após a forte queda das ações da companhia de saúde — o principal negócio do conglomerado.

Em janeiro, o Sistema Opinião de Comunicação encerrou sua presença na Paraíba ao negociar TV Manaíra, TV Borborema, Rádio Borborema e FM O Norte. A saída marcou o fim de uma atuação histórica no estado e indicou que a família Pinheiro Koren de Lima pretendia concentrar esforços em seu negócio principal: o setor de saúde.

Crise no plano de saúde pressiona o grupo

O balanço do terceiro trimestre divulgado neste mês provocou forte turbulência para a Hapvida. As ações chegaram a desabar mais de 40% após a publicação dos resultados, mesmo com o anúncio de um programa de recompra que pretendia demonstrar confiança na empresa. Analistas apontam fragilidades operacionais, desafios de governança e dúvidas sobre a velocidade de recuperação financeira.

Como o plano de saúde é o núcleo econômico da família, qualquer choque no setor tende a refletir nas demais áreas que ela controla. Daí a leitura, cada vez mais ventilada, de que os ativos de mídia restantes podem virar moeda de liquidez.

Ativos de mídia que ainda permanecem com a família

Mesmo após a saída da Paraíba, o grupo ainda mantém emissoras em dois estados do Nordeste:

• TV Guararapes (Record, em Recife)

• TV Ponta Verde (SBT, em Maceió)

• Participações no sistema de comunicação do Rio Grande do Norte, tradicionalmente associadas ao mesmo núcleo controlador

Executivos do setor consideram que esses ativos têm valor relevante, mas enfrentam um mercado publicitário regional mais apertado e uma competição crescente com plataformas digitais.

Possibilidade de desinvestimento total

A leitura predominante é que a crise no negócio de saúde cria pressão para que a família finalize sua retirada do setor de comunicação, completando um processo que começou pela Paraíba. Em um momento de necessidade de foco operacional, simplificação societária e reforço de caixa, vender os veículos de Pernambuco e do Rio Grande do Norte se tornou uma hipótese considerada plausível no mercado.

Por ora, não há confirmação oficial. Mas a movimentação recente — e a situação delicada da Hapvida — mantém viva a especulação de que o grupo pode encerrar de vez sua presença na comunicação nordestina.

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