O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (4/6) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida foi tomada depois que a parlamentar anunciou publicamente que está fora do país.

Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro do STF considerou que a viagem da deputada à Europa teve o claro objetivo de fugir da aplicação da lei penal, às vésperas do julgamento de recursos contra sua condenação.

Além da prisão, Moraes determinou que a Polícia Federal providencie a inclusão de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, passo necessário para um eventual pedido de extradição. A suspensão do passaporte da deputada e o sequestro de bens também foram solicitados pela PGR, com o objetivo de garantir reparação dos danos causados.

Mesmo tendo declarado que pediu afastamento do cargo, Zambelli ainda consta como parlamentar ativa no site da Câmara dos Deputados. A perda de mandato, apesar da decisão do Supremo, depende de deliberação da Casa.

Em vídeo publicado no YouTube, a deputada afirmou que deixou o Brasil em busca de tratamento médico e que vai se “basear na Europa”, onde pretende fazer “denúncias contra a ditadura brasileira”. Com cidadania europeia, Zambelli declarou estar “tranquila” e garantiu que não está abandonando o país, mas sim “resistindo”.

“Vou levar isso em todos os países da Europa. Vou denunciar em todas as Cortes que a gente tiver na Europa”, afirmou.

A deputada está inelegível por oito anos, mas tenta reverter judicialmente a condenação. A prisão preventiva imposta pelo STF escancara a escalada do conflito entre a parlamentar bolsonarista e o Judiciário — agora, com um capítulo internacional.