segunda-feira, 28 de abril de 2025
A novela sem fim de Bota x Flamengo: o jogo que virou um enredo de mentiras, milhões e mistérios
23/04/2025 5:51 am
Redação ON Reprodução

Era para ser um jogo histórico. Flamengo e Botafogo da Paraíba, pela terceira fase da Copa do Brasil, no feriado de 1º de maio. Uma festa do futebol. Mas virou uma trama obscura, repleta de desencontros, versões conflitantes, contradições e, claro, muito dinheiro envolvido. Uma história tão cheia de reviravoltas que faz a gente até duvidar: será que esse sorteio da CBF realmente existiu?

Tudo começou com a possibilidade de o Botafogo vender o mando de campo para Brasília. A diretoria deixou escapar que a proposta era de R$ 4 milhões. Mas, segundo O Norte Online apurou, a cifra real não passava de R$ 2,5 milhões. A ideia foi descartada, e o clube anunciou que o jogo seria em João Pessoa mesmo. Só que com ingressos que pareciam ter sido precificados em dólar: de R$ 300 a R$ 500. Veio o protesto do PROCON, pichações nos muros do CT, revolta geral da torcida. E aí começou a novela.

Na segunda-feira (21), mais um capítulo. O Botafogo surpreende e anuncia que aceitou “a maior proposta da história” para venda de mando de campo no futebol brasileiro. Valor? Não oficializado, como tudo nessa história. Mas circula nos bastidores que teria sido R$ 6 milhões. O destino: São Luís, no Maranhão. Quem comprou? Ninguém sabe. Empresa? Empresário? Investidor? Silêncio total.

Pior: nem o Flamengo, até a noite de terça (22), havia assinado o acordo para a mudança, segundo o jornalista Venê Casagrande, que acompanha de perto os bastidores do clube carioca. Detalhe importante: para o jogo ser transferido, o Flamengo precisa concordar. E, claro, também levaria sua fatia do bolo milionário.

No meio disso tudo, surge uma justificativa tão vaga quanto conveniente: segundo membros da SAF do Botafogo, houve “pressão política” na Paraíba, com inúmeros pedidos de políticos locais querendo assistir ao jogo de graça. Mas ninguém disse quem. Nomes? Zero. “Recebemos pedidos”, disseram. Quem pediu, como, quando? Ninguém sabe. Enquanto isso, o torcedor comum, que mal dá conta das contas do mês, seria cobrado como se estivesse indo a um show da Beyoncé.

E pra completar a salada de versões, o próprio Venê Casagrande garante que o valor da transação foi, na verdade, R$ 4 milhões, e não os “históricos” 6 milhões que o Botafogo deixou no ar. É como se essa história tivesse mais versões que um episódio de Arquivo X.

A verdade é que o jogo virou uma caixa-preta. Não se sabe o valor exato, não se sabe quem comprou, não se sabe se o Flamengo assinou, não se sabe nem se o torcedor paraibano terá algum respeito. Só se sabe que alguém, em algum lugar, vai lucrar muito com esse espetáculo encoberto por fumaça e contradição.

E nesse clima de mistério, fica a pergunta: será que o jogo vai mesmo acontecer? Ou será que essa partida foi só mais um delírio coletivo inventado pelos roteiristas da Copa do Brasil?

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