quinta-feira, 13 de março de 2025
A humilhante deportação de brasileiros põe os políticos que apoiam Trump numa “saia justa”
26/01/2025 5:35 am
Redação ON Divulgação
  • Redação ON

No último dia 20, quando Donald Trump tomou posse para reassumir a Casa Branca, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usou um boné com a frase “Grande Dia”; o ex-presidente Jair Bolsonaro, impedido pelo STF de viajar, chorou assistindo a posse pela TV; e o deputado paraibano Cabo Gilberto foi a Whashington, integrando uma comitiva de 21 parlamentares “pró Trump”.

Agora, quando assistimos ao início dessa humilhante deportação em massa de brasileiros, as consequências políticas são profundas, sobretudo para os nossos parlamentares que celebraram a vitória de Trump e manifestaram publicamente apoio a ele.

No primeiro momento, a volta de milhares de brasileiros deportados em condições precárias reforça o sentimento de indignação e abandono entre as comunidades afetadas. Esses cidadãos, que buscaram nos Estados Unidos melhores condições de vida, agora retornam ao Brasil em situação de vulnerabilidade, trazendo consigo um sentimento de revolta não apenas contra a política norte-americana, mas também contra aqueles no Brasil que se aliaram ideologicamente ao governo que os expulsou. Para os políticos brasileiros que vibraram com a vitória de Trump, essa realidade se torna uma dificuldade prática: como justificar apoio a um líder que implementa políticas prejudiciais aos próprios cidadãos brasileiros?

Constrangimento em dose dupla

Essa dinâmica também expõe o oportunismo e a fragilidade política daqueles que buscaram se associar à figura de Trump como estratégia de fortalecimento eleitoral. Muitos desses políticos, que chegaram a viajar aos Estados Unidos para tentar prestigiar a posse de Trump – e até enfrentaram situações de constrangimento – agora se deparam com o custo político dessa relação. A política “America First”, amplamente defendida por Trump, ignora os interesses dos aliados externos e prioriza uma agenda interna que, no caso da deportação, desestabiliza comunidades de imigrantes e prejudica a relação com países como o Brasil.

Além disso, a repercussão desses retornos forçados no Brasil terá um impacto social direto, mas também gerará um debate político intenso. As histórias de deportação, as condições precárias de retorno e a sensação de humilhação internacional serão amplamente exploradas por adversários políticos, que usarão essas narrativas para questionar o alinhamento com Trump. A promessa de uma “América grande” às custas da desvalorização de outros países, inclusive aliados, será vista como um símbolo do fracasso dessa aliança para o Brasil, intensificando a perda de apoio desses políticos entre os eleitores.

Parlamentares brasileiros que foram à posse


1. Adilson Barroso (PL-SP)
2. Bia Kicis (PL-DF)
3. Cabo Gilberto Silva (PL-PB)
4. Capitão Alden (PL-BA)
5. Carla Zambelli (PL-SP)
6. Coronel Chrisóstomo (PL-RO)
7. Coronel Fernanda (PL-MT)
8. Coronel Ulysses (União Brasil-AC)
9. Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
10. Giovani Cherini (PL-RS)
11. Joaquim Passarinho (PL-PA)
12. Jorge Seif (PL-SC)
13. Luiz Philippe de Orleans (PL-SP)
14. Marcel van Hattem (Novo-RS)
15. Marcos Pollon (PL-MS)
16. Maurício do Vôlei (PL-MG)
17. Maurício Marcon (Podemos-RS)
18. Messias Donato (Republicanos-ES)
19. Sargento Gonçalves (PL-RN)
20. Silvia Waiãpi (PL-AP)
21. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

Compartilhe: