sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Tudo o que você precisa saber sobre o “divórcio” entre Donald Trump e Elon Musk
05/06/2025 22:50
Redação ON Reprodução

A relação entre Donald Trump e Elon Musk foi, por um tempo, um casamento perfeito: poder político de um lado, influência tecnológica e dinheiro do outro. Juntos, impulsionaram a direita americana com uma aliança inédita entre a Casa Branca e o Vale do Silício. Mas o que começou como parceria de sucesso virou guerra aberta. Do “supergênio” ao “louco”, as trocas públicas de ofensas escancararam um divórcio político com repercussões globais.

A seguir, tudo o que você precisa saber sobre o colapso da aliança entre Trump e Musk — do início apaixonado ao fim explosivo.

O início do “casamento”: elogios, poder e um lugar no governo

Após a vitória de Trump em 2024, Elon Musk foi alçado à posição de estrela do governo republicano. Nomeado chefe do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), o bilionário sul-africano tinha carta branca para cortar gastos, revisar agências e eliminar desperdícios — um posto com validade legal de 130 dias.

Trump o chamava de “supergênio” e “um cara incrível”. Musk retribuía os elogios nas redes sociais, participava de comícios e disparava ataques contra democratas. Durante a posse, causou polêmica ao fazer um gesto interpretado como saudação nazista. Nos bastidores, porém, já preparava planos ambiciosos para reformar o Estado.

O DOGE e os números frustrantes

Musk prometeu uma economia de US$ 2 trilhões. Quatro meses depois, o governo comemorava US$ 175 bilhões em “economias estimadas”. Mas auditorias independentes, como a da Reuters, mostraram que os cortes efetivos somavam apenas US$ 19 bilhões — menos de 0,5% do orçamento federal.

A discrepância entre promessa e entrega minou sua credibilidade. Ainda assim, Trump seguiu elogiando Musk publicamente, inclusive vestindo um boné do DOGE com os dizeres “The Dogefather”.

A crise: críticas ao projeto de lei e o estopim da briga

O ponto de ruptura veio com a proposta orçamentária do governo Trump. Musk criticou o plano como “caro demais” e “um retrocesso”. O presidente, visivelmente irritado, disse em um evento na Casa Branca que estava “decepcionado” com o bilionário.

“Não sei se teremos a mesma relação de antes”, afirmou Trump.

Musk reagiu no X (ex-Twitter): “Sem mim, Trump teria perdido a eleição”. A resposta enfureceu ainda mais o ex-presidente, que partiu para o ataque: ameaçou encerrar contratos com a Tesla e a SpaceX e sugeriu corte de subsídios federais.

Troca de ofensas e referência a Epstein

A guerra escalou de forma inédita. Trump passou a chamar Musk de “louco”. O bilionário, por sua vez, disparou um ataque pesado: insinuou nas redes que o presidente tinha ligações com o escândalo sexual de Jeffrey Epstein — o que acirrou ainda mais o conflito.

A briga, até então nos bastidores, se tornou um espetáculo público.

Um adeus sem aperto de mãos

Musk deixou oficialmente o cargo na quarta-feira (28), dois dias antes do prazo final permitido por lei. Não houve reunião de despedida com Trump. O bilionário publicou apenas uma frase no X:

“Agradeço ao presidente Trump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários”.

Segundo fontes da Casa Branca, a saída foi “rápida e sem cerimônia”.

Sinais de desgaste já vinham de antes

O “divórcio” não foi tão repentino quanto parece. Em abril, veículos como Politico e Washington Post já apontavam que Musk se tornara um problema dentro do governo. Ele ofuscava Trump, fazia promessas públicas não combinadas com o gabinete e batia de frente com políticas-chave como o “tarifaço” proposto pelo assessor Peter Navarro, a quem chamou de “imbecil”.

Nos bastidores, aliados diziam que Musk era “um fardo político”.

O legado de Musk no governo

Apesar do barulho, os resultados práticos de Musk à frente do DOGE foram modestos. As agências cortaram apenas frações do orçamento. O impacto real foi simbólico: escancarou a aposta de Trump em figuras midiáticas, ainda que imprevisíveis.

Mesmo fora do governo, Musk prometeu seguir como conselheiro informal. Resta saber se, depois dessa ruptura, ele ainda terá espaço no círculo trumpista.

O que esperar agora

Com a eleição presidencial de 2028 no horizonte, e Musk tentando retomar o controle da Tesla e da SpaceX diante de investidores preocupados, o futuro político do bilionário é incerto.

Do lado de Trump, a mensagem está dada: lealdade incondicional é exigência. E quem desafia o chefe, mesmo sendo Elon Musk, pode virar inimigo da noite para o dia.

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