A decisão do Supremo Tribunal Federal de impor uma tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repercutiu de forma contundente na imprensa internacional nesta sexta-feira (18). Em diferentes idiomas e continentes, veículos de prestígio trataram a medida como um sinal claro de que Bolsonaro está cada vez mais próximo de uma prisão preventiva.
Em Portugal, o jornal Público, o de maior circulação no país, estampou na primeira página do site:
“Bolsonaro com pulseira eletrónica por suspeita de planear fuga do Brasil”.
A matéria destaca também a declaração de Bolsonaro, que disse se sentir “humilhado” pela decisão.
Na Espanha, o tradicional El País noticiou:
“Justiça brasileira coloca tornozeleira eletrônica em Bolsonaro devido ao risco de fuga”,
e frisou que o ex-presidente pode pegar mais de 40 anos de prisão por tentativa de golpe. Lembrou ainda que ele está proibido de manter contato com o filho Carlos Bolsonaro e com embaixadores estrangeiros.
Na Inglaterra, o The Guardian deu destaque ao caso, enfatizando que a medida judicial simboliza o avanço das investigações sobre o plano de golpe de Estado e classifica a tornozeleira como instrumento de vigilância em tempo real, típico de prisões domiciliares.
Na Argentina, o Clarín publicou uma reportagem com o título: “Bolsonaro, acorralado por la Justicia, usará tobillera electrónica y no podrá hablar con su hijo”.
O jornal argentino ressalta o isolamento político e jurídico do ex-presidente e o impacto que isso pode ter na extrema direita da América Latina.
Até mesmo na Arábia Saudita, a repercussão foi imediata. A emissora Al Jazeera destacou em inglês:
“Brazil’s ex-president Bolsonaro forced to wear electronic ankle monitor amid coup investigation”
(“Ex-presidente do Brasil Bolsonaro é forçado a usar monitor eletrônico no tornozelo em meio à investigação sobre golpe”).
A rede árabe chamou atenção para as restrições de movimentação e o risco de prisão, classificando as medidas como “severas para um ex-chefe de Estado”.
A leitura dos jornais internacionais converge para uma mesma percepção: o ex-presidente brasileiro está mais perto do que nunca de uma prisão — mesmo que, por enquanto, monitorada à distância. O simbolismo da tornozeleira eletrônica, somado às proibições de contato e à suspeita de fuga, traça um cenário de forte desgaste para Bolsonaro no noticiário global.