domingo, 7 de dezembro de 2025
Pedro tenta unir a oposição em 2026, mas não esquece quem o abandonou em 2022; relembre quem foi
07/12/2025 18:09
Redação ON Reprodução

Ao defender publicamente a unidade das oposições para 2026, o ex-deputado federal Pedro Cunha Lima deixou, neste domingo, um recado político carregado de memória e mágoa. Sem citar nomes, ele voltou a mencionar um candidato que esteve no campo oposicionista em 2022, mas que, no segundo turno, mudou de lado e não o apoiou na disputa contra o governador João Azevêdo.

A declaração foi feita durante entrevista concedida ao perfil Rede Primeiro Minuto no Instagram, na penúltima noite da Festa do Artesanato, em Lagoa Seca. O tom foi sereno, mas a mensagem foi direta. Pedro lembrou que sentiu “na pele” a ausência desse apoio em um momento decisivo da eleição.

“Eu senti, na pele, a ausência de um candidato que esteve na oposição e que, no segundo turno, não manteve sua coerência nem a sua posição”, afirmou. Em contraste, fez questão de destacar o gesto do senador Veneziano Vital do Rêgo, que permaneceu ao seu lado naquela etapa da disputa. “Foi um gesto que me marcou e que conquistou a minha gratidão”, completou.

O personagem não citado por Pedro é Nilvan Ferreira. Em 2022, Nilvan disputou o Governo, ficou fora do segundo turno e, na reta final, preferiu declarar apoio a João Azevêdo, deixando Pedro isolado na oposição. Hoje, Nilvan está fora do PL e deve retornar ao partido, justamente no momento em que o campo bolsonarista se reorganiza na Paraíba.

Números do 1º turno

No primeiro turno da eleição de 2022, João Azevêdo liderou a disputa com 863.174 votos, o equivalente a 39,65% dos votos válidos. Pedro Cunha Lima ficou em segundo lugar, com 520.155 votos (23,92%), seguido por Nilvan Ferreira, que obteve 408.431 votos (18,80%). Veneziano Vital do Rêgo marcou 344.975 votos (15,87%). O resultado levou João e Pedro ao segundo turno, enquanto Nilvan, terceiro colocado, ficou fora da disputa e, dias depois, declarou apoio ao então governador.

A lembrança feita agora por Pedro ajuda a explicar por que ele insiste tanto, em 2025, na tese de unidade no segundo turno. Na política, como diz o samba de Zeca Pagodinho, quem bate não se lembra, quem apanha não esquece. E Pedro, claramente, não esqueceu.

Na mesma entrevista, o ex-deputado afirmou que não trabalha para ser candidato a qualquer custo. “Eu não sou candidato de mim mesmo. Meu esforço é para que a oposição tenha a candidatura mais competitiva possível”, declarou. Segundo ele, hoje existem dois polos no campo oposicionista, um em torno do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e outro liderado pelo senador Efraim Filho. A defesa de Pedro é que a disputa no primeiro turno seja natural, mas que no segundo todos estejam no mesmo palanque.

Mestrado no exterior

Pedro também sinalizou que pode ficar fora da disputa majoritária em 2026 e revelou a tendência de se afastar temporariamente da cena eleitoral para realizar um novo mestrado no exterior, desta vez na área de políticas públicas. “Acredito muito na importância da educação e da qualificação permanente”, disse.

No plano partidário, ele explicou que, não havendo candidatura ao Governo, o PSD deve concentrar forças na eleição proporcional. Pedro confirmou que tem convidado lideranças como Romero Rodrigues e Rui Carneiro para fortalecer a chapa. “Estamos estruturando a proporcional. Se não houver candidatura ao Governo, o foco será total nessa frente”, pontuou.

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