Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour, da CNN Internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o anúncio de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros.
“Trump não foi eleito para ser o imperador do mundo”, afirmou Lula, em tom incisivo. O presidente brasileiro classificou como “muito desagradável” a forma como o tarifaço foi anunciado — por meio de uma carta publicada nas redes sociais de Trump — e defendeu uma relação diplomática mais respeitosa entre os dois países.
“Não podemos deixar o presidente Trump esquecer que ele foi eleito para governar os EUA. Ele não foi eleito para ser o imperador do mundo”, disse Lula. “Seria muito melhor negociar primeiro. Temos boas relações há 200 anos. Ele rompeu com qualquer protocolo entre chefes de Estado.”
Lula também declarou que o Brasil está aberto à negociação, mas se prepara para reagir: “Posso garantir que o Brasil, no momento certo, dará a resposta certa à carta do presidente Trump.”
Horas depois, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, rebateu as declarações de Lula em coletiva à imprensa: “O presidente certamente não está tentando ser imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos e também é o líder do mundo livre.”
Leavitt reforçou que as medidas tarifárias fazem parte de um esforço para proteger os interesses econômicos e ambientais dos EUA. Ela acusou o Brasil de ter “regulações digitais prejudiciais”, “fraca proteção à propriedade intelectual” e “tolerância com o desmatamento ilegal”, o que, segundo ela, colocaria os produtores americanos em desvantagem competitiva.