sábado, 6 de dezembro de 2025
Hugo Motta vira a “cara” do Centrão e é acusado de servir a uma agenda que não é dele
23/09/2025 05:28
Redação ON Reprodução

Na avaliação de cientistas políticos e analistas da grande imprensa, o paraibano Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, corre o risco de passar para a história como um líder sem autonomia, que se deixou engolir pela engrenagem fisiológica do Centrão e por uma aliança cada vez mais visível com o bolsonarismo. O cientista político Fernando Luiz Abrucio alerta que Motta só terá relevância se conseguir construir uma agenda própria — interna, junto aos deputados, e externa, voltada à sociedade. Caso contrário, sua presidência tende a se resumir a um papel decorativo, sem força real, enquanto outros ditam os rumos da Casa.

Paulo Niccoli Ramirez vai além e classifica como “entreguista” a postura de Motta diante da pressão do Centrão e do bolsonarismo, lembrando que o recuo em temas como a anistia irrestrita expõe sua fragilidade política. Na prática, dizem os analistas, o Centrão encontrou em Hugo a figura ideal para executar medidas impopulares — como a PEC da Blindagem e o projeto de anistia a golpistas — sem que suas lideranças mais experientes precisem se expor.

“É sempre a foto de Hugo Motta. O Centrão não tem rosto, mas hoje ele encarna esse papel. O jogo político nacional virou um grande tabuleiro de xadrez e o deputado paraibano virou “a cara do Centrão”, segundo avaliação dos grandes veículos nacionais. Para esses especialistas, Motta ou não percebe que está sendo manipulado, ou se finge de desentendido. A leitura mais comum, porém, é que está sendo usado por lideranças que sabem muito bem como operar nos bastidores. Afinal, como lembra Abrucio, no Centrão não há inocentes.

Mesmo ao tentar mostrar independência — como quando declarou que era hora de “tirar da frente todas essas pautas tóxicas” após manifestações populares contra a blindagem e a anistia —, Motta parece mais reagir às pressões do que conduzir o processo. Resultado: constrói a imagem de um presidente acuado, vulnerável às demandas de uma aliança entre fisiologismo e extremismo que ameaça corroer as bases republicanas. Se não encontrar rapidamente uma rota de autonomia, Hugo Motta corre o risco de ser lembrado como o presidente da Câmara que deu rosto a uma pauta antidemocrática sem perceber que estava sendo manipulado.

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