Pesquisas indicam que dores físicas, crises de ansiedade e bloqueios emocionais podem ter origem em traumas antigos não elaborados e exigem atenção terapêutica adequada
Ansiedade, insônia, dores difusas e crises de pânico. Esses sintomas, frequentemente tratados como questões isoladas, podem ser expressões de traumas emocionais acumulados ao longo da vida. De acordo com dados de 2023 da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres são duas vezes mais propensas do que os homens a desenvolver transtornos de ansiedade e depressão. Em muitos casos, esses quadros têm origem em vivências de abuso, sobrecarga e repressão emocional.
“A dor emocional não elaborada encontra no corpo o seu canal de expressão. Quando a mente não suporta mais o acúmulo, o organismo fala”, explica o psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO), na Argentina.
Pesquisas da Universidade Harvard, publicadas em 2022, mostram que traumas vividos na infância alteram a forma como o cérebro responde ao estresse, tornando o sistema nervoso mais vulnerável a doenças psicossomáticas. No Brasil, levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 2023, aponta que 65% das mulheres entre 25 e 45 anos relatam sintomas persistentes de ansiedade. Já a Sociedade Brasileira de Reumatologia estima que 90% dos casos de fibromialgia, condição associada à dor crônica, atingem o público feminino.
Esses dados reforçam a necessidade de uma abordagem terapêutica que vá além do controle dos sintomas. “Muitas pacientes chegam com queixas físicas, mas, no fundo, o corpo está tentando traduzir o que a mente silenciou. Quando trabalhamos as causas emocionais, os sintomas tendem a reduzir de forma consistente”, afirma Soares.
Entre as alternativas terapêuticas voltadas ao tratamento de traumas, a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) tem se destacado por sua proposta inovadora. Desenvolvida por Jair Soares, a técnica é aplicada no IBFT e tem como foco o reprocessamento de memórias emocionais que sustentam padrões de dor e sofrimento. Diferentemente de abordagens convencionais, a TRG não exige que a paciente verbalize traumas, o que facilita o tratamento de pessoas que têm dificuldade em reviver determinadas experiências.
“O método permite que o corpo e o cérebro reorganizem essas vivências emocionais de forma segura. A lembrança continua existindo, mas o sofrimento associado a ela deixa de causar impacto físico e psicológico. Isso cria um estado de equilíbrio real e duradouro”, explica o psicólogo.
A TRG tem sido objeto de estudos acadêmicos internacionais, incluindo pesquisas conduzidas na Universidade de Flores, na Argentina, que apontam redução significativa de sintomas de ansiedade e depressão após o processo de reprocessamento emocional. O IBFT, responsável pela formação de mais de 50 mil terapeutas no Brasil e no exterior, também aplica o método em casos de trauma, fobias, fibromialgia e esgotamento emocional.
Especialistas apontam que, entre as mulheres, o trauma costuma ser multifatorial: vai desde o histórico de abuso até as pressões sociais que impõem o desempenho simultâneo de múltiplos papéis, como mãe, profissional e cuidadora. “As mulheres são ensinadas a suportar, não a sentir. Esse comportamento as coloca em um estado de alerta constante, e o preço disso é alto: crises de pânico, bloqueios emocionais e esgotamento”, diz o pesquisador.
Quando buscar ajuda
O primeiro passo é reconhecer que o sofrimento emocional é legítimo. A procura por psicoterapia deve ocorrer quando há sintomas persistentes, como apatia, insônia, dores sem causa médica, crises de ansiedade ou sensação de desconexão emocional. “O tratamento não é apenas para quem não está bem, mas também para quem quer compreender as próprias reações e romper padrões repetitivos de dor”, orienta Soares.
Outras estratégias incluem a prática de atividades físicas, o fortalecimento da rede de apoio e a adoção de hábitos que favoreçam o autocuidado, como pausas na rotina e sono regular.
“Cuidar da mente é um ato de prevenção, não de emergência. Quando a mulher se permite olhar para dentro, não só alivia a dor, mas se reconecta com a própria potência emocional”, conclui o psicólogo.
Ao reconhecer a relação entre traumas emocionais e manifestações físicas, o cuidado com a saúde mental feminina deixa de ser um tabu e passa a ser uma necessidade de saúde pública. Buscar apoio psicológico, compreender os sinais do corpo e permitir-se elaborar o que foi silenciado são passos fundamentais para romper ciclos de sofrimento e construir uma vida mais equilibrada e consciente.
Sobre o IBFT
O Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) é uma instituição educacional dedicada à formação de terapeutas especializados em saúde emocional. Fundado com o propósito de transformar vidas por meio do conhecimento, o IBFT oferece formações em diversas áreas, incluindo a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), uma metodologia desenvolvida para tratar dores emocionais profundas. Com mais de 50 mil terapeutas formados no Brasil e no exterior, o instituto se destaca por sua abordagem prática e eficaz no tratamento de traumas, fobias, depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais.