sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Relevando o sofrimento
12/07/2025

Muita gente liga a TV no noticiário policial para se anestesiar da própria dor. Entre uma bala perdida e um corpo carbonizado, o sujeito pensa: “eu tô na pindaíba, mas ao menos cheguei vivo em casa”.

Ver a tragédia alheia cria uma estranha sensação de alívio — uma catarse macabra que consola o coração machucado por boletos, filas e chefes rabugentos.

O povo transforma o horror em passatempo e faz do sangue o seu café vespertino. No fundo, é como se cada vítima fosse um lembrete de que, apesar do aperto, ainda estamos respirando.

Afinal, sempre há quem esteja pior.

canal whatsapp banner

Compartilhe: