sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Novo Inquilino
02/12/2025

* Publicado em março de 1954


O inquilino viajou ontem. Na falta dele faremos um conluio, uma espécie de “amancebo”, contanto que a “Revista” não saia em branco.
O texto com estilo escorreito. Antevendo-se o escritor tarimbado. Conhecedor da língua.
No segundo parágrafo escreveu:

Nova, ainda, e esta coluna já tem a sua história. A história breve, é natural, mas história. Iniciada por Carlos Romero, hoje juiz e homem solene, metido no interior entre autos e sentença, passou esta área a exibir as ideias de Souto, do repórter Souto, nunca deixada de sair, embora com pausas.

No decorrer do texto disseca sobre a vida das colunas que surgem na Imprensa, fazendo referência a Juarez Batista que já tivera a sua e, tempos depois, deixou de ser publicada. Recorda José Leal, na época o secretário e editor do jornal, que teve coluna denominada “Nota do Dia”, com vida breve.

Na crônica de estreia Gonzaga, mostrou-se leitor atento ao que existia de melhor na literatura mundial, indo buscar em George Orwell citações para justificar que “na província, este gênero de literatura tinha vida efêmera”.

Na leitura apurada da crônica é visível a presença do escritor diferente na produção do texto, com estilo que o consagrou até hoje. Inconfundível. Naquela crônica como agora, vê-se o escritor da pressa, do imediato, da contagem regressiva do tempo, como avalia Ângela Bezerra de Castro. Percebe-se, ainda, a simbiose entre ele e o gênero que escolheu como expressão maior de sua literatura.

A crônica tornou-se o espelho da alma. Da sua alma. Da alma do povo. Da alma do sitio que anda com ele. Fala e escreve com o coração. Harmonioso.

Cronista que faz sua a nossa dor. Solidário. Voluntarioso.

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Gonzaga Rodrigues
Gonzaga Rodrigues

O maior cronista da história do jornalismo da Paraíba.

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