sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Futebol é o único esporte que não tem tempo técnico
29/07/2025

A expulsão do goleiro do Vasco, Léo Jardim, pelo árbitro Flávio Rodrigues de Souza, na partida contra o Internacional, no domingo (27), mostra que o futebol, apesar de ser o esporte mais popular, mais profissional e mais lucrativo do mundo, continua sendo o mais atrasado em termos de regras.

Para começar, achei acertada a expulsão. As pessoas que analisam apenas o lance, precisam ver todo o contexto da partida. Léo Jardim já havia recebido cartão amarelo por retardar o jogo e três momentos antes deste desfecho pode ter contribuído para a decisão do árbitro.

Quando o Vasco vencia e estava pressionando o Inter em busca do segundo gol, ainda no primeiro tempo, um auxiliar do clube gaúcho se postou na trave do goleiro Sérgio Rochet e as câmeras das TVs mostraram ele pedir para que caísse no gramado para ser ‘atendido’. Nesse momento, o treinador Roger juntou cinco ou seis jogadores para passar instruções. O Vasco, da mesma forma, quando passou a ser pressionado, utilizou do mesmo artifício para esfriar o jogo e controlar a pressão do Inter. E quem pediu ‘atendimento’, Léo Jardim.

No lance da expulsão, o goleiro do Vasco esteve em pé durante todo o tempo de atendimento a um jogador do time que estava machucado e sendo substituído e, do mesmo modelo, um membro da comissão técnica pediu para ele se sentar e pedir ‘atendimento’, porque precisava ganhar tempo para uma outra substituição. Foi o momento em que o árbitro pediu para que se levantasse por não ter nada.

Após ser expulso, Léo Jardim se levantou e saiu, andando, tranquilamente e sem expressar qualquer expressão de dor a qual alegava para ser atendido pelo médico. Aliás, o membro da comissão estava do lado do goleiro, ainda fora do gramado, mas também não esboçou qualquer gesto para atender o atleta.

Dito tudo isso, fica a pergunta: Por que a FIFA não determina a criação de tempos técnicos no futebol? Na Copa do Mundo de Clubes tivemos tempo para hidratação. Se houvesse o tempo técnico, o Inter e o Vasco não precisariam pedir para que os goleiros simulassem contusão para que os atletas fossem orientados durante o ‘atendimento’.

O futebol é o único esporte coletivo onde não existe tempo técnico. Existe no basquete, no vôlei, futsal, handebol, e não há perda de tempo. O treinador teria direito a um pedido técnico no primeiro e segundo tempos – de dois minutos -, claro, com o árbitro descontando esse tempo de paralisação. Simples.

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