sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Dudu é suspenso por misoginia e Leila Pereira sai vitoriosa: “VTNC” agora tem preço
19/07/2025

O julgamento do atacante Dudu, do Atlético-MG, realizado nesta sexta-feira (18), pela 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), selou o desfecho de uma das polêmicas mais constrangedoras do futebol brasileiro recente — e deixou claro que o machismo e a covardia terão custo alto. O jogador foi suspenso por seis jogos em competições da CBF e multado em R$ 90 mil por ter ofendido a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, com a sigla “VTNC”, interpretada como “vai tomar no c*”.

A decisão foi unânime e respaldada no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de atos discriminatórios e ultrajantes motivados por preconceito, inclusive de gênero. A Procuradoria destacou que a conduta de Dudu foi misógina, desdenhosa e incompatível com os valores do esporte.

A história começou ainda em 2023, quando Dudu deixou o Palmeiras rumo ao Cruzeiro. Em sua postagem de despedida, o atacante usou a sigla “VTNC”, direcionada à então presidente Leila Pereira. A reação foi imediata: Leila entrou com ação na Justiça alegando misoginia, e a postura do jogador passou a ser questionada por torcedores e dirigentes.

Na ocasião, Dudu tentou se defender com uma desculpa risível: alegou que “VTNC” significava, na verdade, “vou trabalhar no Cruzeiro”. A resposta irônica gerou ainda mais revolta e demonstrou o desprezo do atleta em reconhecer o erro — um gesto que agora cobra seu preço institucional e esportivo.

Mais uma vez, a covardia de Dudu ficou evidente: o jogador sequer compareceu ao julgamento no STJD. A ausência foi interpretada por muitos como sinal de desprezo pelo processo, mas também de temor diante da possibilidade de um julgamento público e moral que ele não estava preparado para enfrentar.

Leila Pereira, por outro lado, sai fortalecida. Primeira mulher a presidir um grande clube do futebol brasileiro, ela transformou o episódio em marco simbólico contra o machismo no esporte. A punição a Dudu reforça que nem a arquibancada, nem o vestiário, são mais espaços sem lei ou sem ética. E que as mulheres, quando ocupam posições de poder, não precisam mais se calar diante de ofensas disfarçadas de “brincadeira”.

Dudu desfalcará o Atlético-MG em jogos importantes contra Palmeiras, Fortaleza, Flamengo e Red Bull Bragantino pelo Campeonato Brasileiro, além das oitavas de final da Copa do Brasil, também contra o Flamengo.

O caso expõe um divisor de águas. A impunidade que durante décadas blindou falas machistas no futebol começa a ruir — e cada “VTNC” não explicado terá agora, também, sua conta a pagar.

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