A lista dos indicados à Bola de Ouro divulgada hoje (7/8) pela France Football comprova o que muitos já sabiam: o Brasil ainda tem talento, tem tradição, tem nomes — mas está fora da briga principal. Se por um lado temos representantes em praticamente todas as categorias, por outro, as chances reais de conquista são praticamente nulas. A presença brasileira é mais simbólica do que competitiva.
Bola de Ouro (masculino): Vini Jr. e Raphinha
O Brasil aparece com Vini Jr. (Real Madrid) e Raphinha (Barcelona) entre os 30 indicados. Mas a verdade é que, no momento, Raphinha vive fase melhor que Vini, mesmo assim está anos-luz atrás dos favoritos como Mbappé, Haaland e Bellingham. Vini, que até poderia ter feito uma temporada melhor, oscilou e perdeu protagonismo. O cenário para o heptacampeão brasileiro do prêmio continua distante.
Bola de Ouro (feminino): a volta simbólica de Marta
A grande surpresa talvez seja a inclusão de Marta, aos 39 anos, entre as finalistas. Já são seis Bolas de Ouro no currículo, e a presença dela na lista atual diz mais sobre o vácuo de novas estrelas do futebol feminino do que sobre seu desempenho recente. É como se ainda esperássemos que Pelé jogasse a Copa de 2026. Merece reverência, mas não tem chance de ganhar.
Técnico do Ano (feminino): Arthur Elias é quem mais pode sonhar
Talvez Arthur Elias, técnico da seleção feminina do Brasil, seja nossa única esperança real. A boa campanha recente e a evolução tática da equipe colocam seu nome entre os mais relevantes. Mas ele terá que superar nomes consolidados como Sarina Wiegman (Inglaterra) e Sonia Bompastor (Chelsea).
Clube do Ano: a menção honrosa ao Botafogo
Entre gigantes como Barcelona, Liverpool e PSG, o Botafogo aparece como um azarão simpático. É uma menção honrosa ao bom primeiro semestre de 2025, aos investimentos e à recuperação do protagonismo. Mas a estatueta não virá para General Severiano.
Troféu Kopa (sub-21): Estêvão entra, mas o favorito é Lamine Yamal
Entre os jovens, o Brasil emplaca Estêvão (Palmeiras/Chelsea), um fenômeno em ascensão. Porém, enfrentar Lamine Yamal (Barcelona) é missão quase impossível. O espanhol vive auge técnico e midiático — e deve levar o prêmio com folga.
Troféu Yashin (melhor goleiro): Alisson é nome recorrente, mas sem favoritismo
Alisson (Liverpool) volta à lista dos melhores goleiros do mundo, mas não figura entre os favoritos. Com temporada apenas regular, será difícil desbancar Dibu Martínez, Courtois ou até Donnarumma.
Resumo: espectadores de luxo
O Brasil está lá. Tem nome nas principais listas. Mas como coadjuvante. A era de protagonismo absoluto brasileiro na Bola de Ouro — como vimos com Ronaldo, Ronaldinho, Kaká ou Marta — parece cada vez mais distante. Em 2025, o papel do Brasil é assistir, aplaudir e, com sorte, ser lembrado.
A cerimônia de premiação acontece no dia 22 de setembro, no Théâtre du Châtelet, em Paris. Será a primeira vez com distribuição igualitária de troféus entre homens e mulheres.
Enquanto isso, seguimos esperando que uma nova geração realmente assuma o protagonismo. Por ora, somos figurantes na festa do futebol mundial.