sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Americano Leão XIV é eleito novo Papa — e levanta questões sobre influência dos EUA no Vaticano
08/05/2025 14:26
Redação ON Reprodução

A Igreja Católica tem um novo líder. O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito o 267º Papa da história e escolheu o nome Leão XIV para seu pontificado. O anúncio foi feito no início da tarde desta quinta-feira (8), diretamente da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, diante de milhares de fiéis reunidos na Praça.

A escolha de um Papa nascido nos Estados Unidos, país que tem historicamente uma relação mais geopolítica do que religiosa com o Vaticano, rapidamente chamou a atenção não apenas dos católicos, mas também de analistas internacionais. A eleição ocorre poucos meses depois de o ex-presidente Donald Trump ter declarado abertamente que “tentaria influenciar” o conclave. Na ocasião, ele afirmou que o mundo precisava de um Papa “forte, ocidental e que não se curve à agenda globalista”.

Se já não bastasse a coincidência com essa fala, uma imagem de Trump vestido com trajes papais viralizou nas redes sociais ontem, gerando polêmica e especulações. Embora se trate de uma montagem feita por inteligência artificial, o timing reforçou uma narrativa que hoje parece ganhar mais combustível: os Estados Unidos, de alguma forma, atuaram nos bastidores da eleição.

Leão XIV será o primeiro Papa norte-americano da história. Até então, a maioria esmagadora dos papas era europeia — principalmente italiana. A escolha pode sinalizar uma tentativa de aproximação do Vaticano com o hemisfério ocidental diante de um mundo cada vez mais polarizado e com a Igreja enfrentando desafios como queda de fiéis, escândalos internos e a busca por uma atuação mais moderna.

A posse oficial, com a missa de início do pontificado, ocorrerá nos próximos dias. A Igreja agora entra em uma nova fase, marcada por um Papa que pode trazer tanto renovação quanto tensão diplomática. Afinal, o nome é Leão — mas os rugidos ainda estão por vir.

Um novo ciclo na Igreja Católica

Com a escolha do novo Papa, a Igreja Católica entra em um novo capítulo de sua história. Ainda que o nome do pontífice só tenha sido revelado há instantes, os efeitos de sua eleição já reverberam dentro e fora do Vaticano. A mudança de Papa não é apenas uma troca de liderança religiosa, mas um evento carregado de simbolismo, rituais e repercussões geopolíticas.

O Papa é o chefe da Igreja Católica, com mais de 1,3 bilhão de fiéis espalhados pelo planeta. Sua palavra influencia desde decisões pastorais até posicionamentos diplomáticos. Em tempos de instabilidade, conflitos e desafios sociais, a figura do pontífice também representa um farol moral e espiritual para católicos e não católicos.

Após a eleição, o novo Papa passará por uma série de rituais milenares. Ele será conduzido à chamada “Sala das Lágrimas”, onde vestirá pela primeira vez os paramentos papais. Em seguida, será apresentado ao mundo na sacada central da Basílica de São Pedro com a tradicional saudação “Habemus Papam”. A cerimônia de entronização (ou Missa de Início do Pontificado) deverá ocorrer nos próximos dias, marcando oficialmente o início de seu papado.

A escolha de um Papa é também um momento de renovação espiritual para a Igreja, que se vê diante de novos dilemas contemporâneos: mudanças climáticas, pobreza, guerras, migrações em massa e o desafio de dialogar com uma sociedade cada vez mais plural e tecnológica. O novo líder assume a missão de conduzir a Igreja neste contexto complexo, com o olhar voltado tanto para a tradição quanto para o futuro.

Independentemente de seu perfil — conservador, moderado ou progressista —, o novo Papa terá agora sobre os ombros o peso de séculos de história e a responsabilidade de ser, ao mesmo tempo, pastor, estadista e símbolo de unidade.

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