O governo Donald Trump prepara uma nova ofensiva contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, ampliando o alcance das sanções inicialmente previstas contra o ministro Alexandre de Moraes. O plano, em análise pela Casa Branca, inclui medidas que podem atingir as esposas de outros magistrados da Corte, especialmente aquelas que são sócias de grandes escritórios de advocacia.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos já mapeou os vínculos familiares de quatro ministros cujas esposas comandam bancas jurídicas influentes: Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e o próprio Alexandre de Moraes. A lógica por trás da medida é clara: como boa parte da renda familiar desses magistrados viria desses escritórios, qualquer sanção financeira só será efetiva se também alcançar os cônjuges.
Caso a medida avance, empresas americanas e multinacionais com atuação nos Estados Unidos ficariam proibidas de contratar os serviços desses escritórios. As sanções também podem incluir restrições de movimentação financeira, dificultando negócios e transações com instituições internacionais.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, confirmou nesta quarta-feira (21) que há uma “grande possibilidade” de que Alexandre de Moraes seja formalmente punido com base na Lei Magnitsky, que prevê sanções severas contra agentes públicos acusados de violar direitos humanos. A informação, antecipada pela coluna em fevereiro, vinha sendo mantida sob sigilo pela Casa Branca por razões de estratégia interna.
Apesar da movimentação crescente em Washington, a ala majoritária do STF tem reafirmado que não mudará sua forma de atuar frente às ameaças externas. Nos bastidores, a avaliação é de que a ofensiva americana pode gerar ainda mais instabilidade institucional e reforçar a percepção de interferência internacional em temas sensíveis da política e da Justiça brasileiras.
Com a proximidade da campanha presidencial americana, a escalada contra Moraes — e agora, indiretamente, contra seus pares e famílias — pode ganhar contornos ainda mais explosivos. O gesto de Trump, considerado inédito na relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos, coloca o STF no centro de um conflito geopolítico sem precedentes. E promete desdobramentos nos próximos dias.