O mundo acompanha, em estado de alerta máximo, a escalada do conflito entre Irã e Israel, que neste sábado (14) entrou em sua terceira noite consecutiva de bombardeios e ataques aéreos mútuos. Em meio ao crescente risco de um confronto de proporções globais, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), vive momentos de tensão em Israel, onde permanece abrigado em um bunker, sem previsão de retorno ao Brasil.
Na noite de sábado, o Irã lançou uma nova onda de mísseis em direção a Israel. As Forças de Defesa israelenses informaram que, enquanto interceptavam os ataques, aviões da Força Aérea realizaram uma forte ofensiva contra alvos estratégicos em Teerã, capital iraniana. As trocas de ataques já deixaram um saldo elevado de vítimas: segundo autoridades israelenses, pelo menos três pessoas morreram e 13 ficaram feridas na região de Haifa, no norte do país. Do lado iraniano, os bombardeios israelenses já causaram, desde quinta-feira (12), a morte de 215 pessoas, incluindo 51 militares, e deixaram 31 feridos.
Entre os alvos atacados por Israel estão depósitos de petróleo e tanques de combustível em Teerã, segundo informou a agência estatal iraniana. As imagens das instalações em chamas circulam intensamente nas redes sociais, enquanto o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, foi enfático ao declarar: “Teerã está queimando”.
A tensão chegou a esse ponto após Israel ter realizado o que classificou como um “ataque preventivo” contra o programa nuclear iraniano. Desde então, o Irã tem respondido com ataques sucessivos de mísseis e drones contra o território israelense, aprofundando o temor de uma escalada militar descontrolada, com potencial de envolver outras potências mundiais.
O drama de Cícero Lucena: “A cada dia nos preocupa mais”
Em meio a esse cenário de guerra, Cícero Lucena integra uma comitiva brasileira que viajou a Israel para tratar de temas ligados à segurança e tecnologia nos municípios. Porém, desde quinta-feira (12), o grupo foi surpreendido pelo início do conflito armado e se mantém em constante estado de alerta.
Em depoimento dramático, o prefeito relatou as angústias vividas nas últimas noites, destacando que a incerteza sobre os rumos da guerra e o fechamento dos aeroportos geram grande ansiedade.
“Estamos enfrentando essa rotina que, infelizmente, nos pegou de surpresa. A incerteza sobre até onde essa guerra pode escalar é o que tem nos preocupado bastante. A cada dia nos preocupa mais ainda”, disse.
Segundo Cícero, na última noite o grupo foi obrigado a buscar abrigo em bunkers por três vezes consecutivas, enquanto soavam as sirenes de emergência.
“Tivemos sim, somente na noite de ontem, que voltar três vezes para os bunkers. Pessoas de fora do nosso abrigo também foram acolhidas. Foi uma noite de bastante preocupação, com reações diferentes de cada pessoa do grupo, mas todos com muita ansiedade”, relatou.
O prefeito afirmou ainda que já acionou o governo brasileiro, através do Itamaraty, na tentativa de buscar uma solução diplomática que permita o retorno seguro do grupo.
“Essa espera pacífica não nos traz conforto. Precisamos de alternativas para retornar ao Brasil com segurança”, apelou Cícero, que está na região de Tel Aviv.
Desde o início do conflito, o governo da Paraíba e o governo federal, por meio do Ministério das Relações Exteriores, têm acompanhado a situação e tentado negociar rotas de evacuação com autoridades israelenses.
Risco global
A continuidade dos ataques preocupa líderes internacionais. A escalada entre Israel e Irã reacende o temor de um confronto generalizado no Oriente Médio, com potencial de envolver as grandes potências e ampliar o risco de uma guerra em escala global — com analistas militares já alertando para o perigo de um conflito nuclear, caso os ataques atinjam instalações sensíveis do programa atômico iraniano.
Enquanto o mundo observa apreensivo, Cícero Lucena e dezenas de brasileiros seguem confinados em abrigos antibomba, vivendo o drama real de um conflito que, a cada dia, dá novos passos rumo a uma possível tragédia mundial.
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