- Redação ON
Em 2024, o Brasil enfrentou a pior epidemia de dengue já registrada, com mais de 6,6 milhões de casos e 6.068 mortes, superando até mesmo os óbitos causados pela COVID-19 no mesmo período. A população acima de 60 anos foi a mais afetada, representando a maioria das fatalidades. A moradora de São Paulo, Lia Salomão, relatou que, após vivenciar casos graves na família, intensificou o uso de repelentes e inseticidas em sua rotina diária.
No início de 2025, as autoridades de saúde de São Paulo demonstraram preocupação com o aumento de 51% nos casos de dengue em comparação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 43.817 casos até 18 de janeiro. A epidemiologista Regiane de Paula destacou a introdução do sorotipo 3 do vírus, que não circulava no país há 17 anos, como um fator alarmante. Essa reintrodução aumenta a suscetibilidade da população, já que muitos não possuem imunidade contra esse sorotipo.
O Ministério da Saúde informou que, em dezembro de 2024, 40,8% dos casos de dengue foram causados pelo sorotipo 3. Para monitorar a situação, o governo paulista implementou 71 unidades de verificação genômica do vírus, identificando uma prevalência desse sorotipo principalmente na região noroeste do estado. Especialistas alertam que a cocirculação de diferentes sorotipos pode levar a um aumento de casos graves, conhecidos como dengue hemorrágica, que é aproximadamente cinco vezes mais letal que a forma comum da doença.
Diante desse cenário, as autoridades de saúde estão adotando medidas emergenciais para conter a disseminação do vírus. No entanto, a implementação completa de um conjunto abrangente de ações contra o mosquito Aedes aegypti e o vírus da dengue só está prevista para 2026. Enquanto isso, a população é incentivada a intensificar os cuidados preventivos, como eliminar criadouros do mosquito e utilizar repelentes, para reduzir o risco de novas infecções.