Redação ON
Vem de muito longe a xenofobia e o discurso de ódio contra os nordestinos. Na eleição de 2014, por exemplo, quando Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) disputaram a Presidência da República, a professora Monique Maira Maciel Becker (foto), da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), resolveu xingar o Nordeste numa mensagem nas redes sociais que foi considerada criminosa Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).
Consumada a vitória de Dilma Rousseff, ela disse, entre outras coisas, que seria obrigada a “trabalhar mais 4 anos pra sustentar o Nordeste e seu Bolsa família”, “vamos dividir essa porra de país, quero ver sem o nosso dinheiro como essa merda de PT sustenta essa região” e “#temquesefuder”.
Agora o (TRF-1) manteve a condenação da professora, impondo-lhe a pena foi de 2 anos de reclusão e 10 dias de multa, com substituição por duas penas restritivas de direito por prática, indução ou incitação à discriminação ou preconceito.
Para os desembargadores, a mensagem traça o estereótipo de que a população do Norte e do Nordeste é formada por “pobres, iletrados, incultos, que precisam ser sustentados pelos estados do centro-sul” e, por isso, seriam de “segunda classe”.
E o Acordão complementa que, “nesse sentido se encontra caracterizada a materialidade e a autoria delitivas, podendo ser constatado o elemento intencional específico, quando a recorrente se pretende que essa opinião adquira alcance mais amplo possível com o uso hastags que tem a finalidade de potencializar a manifestação ao maior número de internautas a partir de outras palavras associadas. Há nisso, com a devida vênia, a nítida intenção de o comentário não ficar restrito à sua página, mas se propagar pela rede social”.
Siga o canal de O Norte Online e receba as principais notícias da Paraíba e do mundo direto no seu WhatsApp!