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Favorito à presidência da Câmara, paraibano Hugo Motta é alvo da mídia nacional

Um exemplo é a matéria da Folha de S. Paulo que tenta “desenterrar” assuntos antigos para queimar a credibilidade de Motta

Por Clóvis Roberto

Redação ON

Favorito a ser o novo presidente da Câmara dos Deputados a partir do próximo mês de fevereiro, o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos-PB), é alvo da grande mídia nacional. Um bom exemplo é a matéria publicada da Folha de São Paulo desta semana que aponta que o primeiro momento de holofotes na vida política do parlamentar nordestino foi marcado por manobras, confusões e até por acusações do Ministério Público de favorecimento a seu principal aliado.

Segundo a Folha de São Paulo, em 2015, Hugo Motta foi alçado pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (que fazia parte da bancada do PMDB-RJ), à presidência da CPI da Petrobras. Com apenas 25 anos, o deputado ficaria à frente da CPI constituída naquele ano para apurar no Congresso as revelações surgidas na Operação Lava Jato.

À época, a presidência da CPI da Petrobra era um cargo de de alta relevância. A Operação Lava Jato, ainda em um período anterior aos inquéritos que atingiram o atualmente presidente Lula, tinha como alvo nomes de vários grandes partidos.

Presidida por Hugo Motta, a CPI já começou controversa. A sua indicação para a presidência gerou protesto de parlamentares pelo fato de ele e outros colegas terem tido suas campanhas bancadas por empreiteiras investigadas, lembrando que a doação eleitoral de empresas era legal naquele período.

A CPI durou oito meses. Ao seu término, apenas um político teve o indiciamento pedido: o ex-tesoureiro do PT João Vaccari.

Com a conclusão da CPI, em 2015, Hugo Motta foi apontado pelo então procurador-geral Rodrigo Janot de ter se aproveitado do cargo acusando-o de chantagem. Ele concluiu que o parlamentar paraibano “colocou seus aliados em cargos-chave da CPI da Petrobras para constranger colaboradores, bem como para evitar que ele próprio fosse investigado por aquela comissão”.

A proximidade com o então presidente da Casa era pública. Em uma das cenas simbólicas do período, Hugo Motta apareceu ao lado de Cunha das arquibancadas do estádio Mané Garrincha durante um jogo do Flamengo, em Brasília. O próprio ex-deputado, em seu livro de memórias “Tchau, Querida”, descreve o então correligionário como “um bom quadro, cumpridor de compromissos”.

A Folha de São Paulo, na mesma matéria, ataca Hugo Motta por outra frente. Citando o então procurador-geral, o jornal aponta que o parlamentar tentou favorecer o aliado Eduardo Cunha quando presidente da CPI da Petrobras. O jornal aponta que a CPI contratou a empresa Kroll, voltada à investigação financeira, pelo valor de R$ 1,2 milhão (R$ 2 milhões corrigidos pela inflação no período).

O objetivo oficial, de acordo com a Folha de São Paulo, era que a empresa prestou auxílio nas apurações da comissão. Contudo, o Ministério Público concluiu que o intuito era rastrear alguma falha nos acordos de colaboração que resultasse na anulação dos depoimentos dos delatores, o que favoreceria Eduardo Cunha, aliado e padrinho de Motta à frente da CPI.

A Folha de São Paulo lembra que a PGR apontou que os alvos da Kroll eram majoritariamente delatores e que personagens de peso do “petrolão”, como políticos e empreiteiros, foram “esquecidos” em um “total desvio de finalidade pública”.

O empresário Marcelo Odebrecht disse, posteriormente, em depoimento de delação, que a ideia de contratar a Kroll tinha por objetivo frear a Lava Jato e que isto foi debatido em uma conversa dele com Cunha e outro executivo da Odebrecht, na época da criação da CPI.

As informações foram enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), a quem caberia afastar Eduardo Cunha do posto. O então ministro Teori Zavascki decidiu pelo afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Teori não citou especificamente Hugo Motta, mas mencionou que a CPI da Petrobras compunha um cenário “inegavelmente suspeito de iniciativas parlamentares”. A decisão do ministro foi confirmada pelos demais membros do STF por unanimidade.

Hugo Motta não foi processado criminalmente pela atuação à frente da CPI da Petrobras.

Da redação do ON
Foto: Câmara dos Deputados/Divulgação

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