Um levantamento feito pela ONG “Caminando Fronteras” divulgado nesta quinta-feira, dia 26, revela que pelo menos 10.457 migrantes morreram ou desapareceram em 2024 tentando chegar à Espanha pelo mar. O número é 58% superior ao verificado no ano passado. Isso representa uma média de 30 mortes por dia, contra 18 em 2023.
O estudo atual aponta que 1.538 crianças e 421 mulheres estão entre as vítimas. O relatório abrange o período entre 1º de janeiro e 5 de dezembro de 2024.
A ONG, que compila seus números com base nos pedidos de ajuda dos próprios migrantes, nas histórias das famílias dos falecidos ou desaparecidos e nas estatísticas oficiais de resgate, atribui o aumento das mortes à utilização de embarcações precárias, a rotas cada vez mais perigosas e limitações dos serviços de resgate no mar.
A maioria das vítimas (9.757) morreu na rota que vai do noroeste da África às Ilhas Canárias e atravessa o Oceano Atlântico.
Segundo a fundadora da ONG, Helena Maleno, “estes números mostram um grande fracasso dos sistemas de resgate e proteção”. Ela qualificou os dados do estudo como “tragédia inaceitável”.
A origem das mais de 10 mil pessoas mortas ou desaparecidas era 28 países, a maioria africanos, mas também do Iraque e do Paquistão.
A principal via de entrada da imigração irregular na Espanha são às Ilhas Canária. O arquipélago recebeu 43.737 migrantes em 643 barcos entre janeiro e meados de dezembro de 2024, Os números superam os 39.910 de todo o ano de 2023, segundo dados do Ministério do Interior.
Em seu ponto mais próximo, a distância entre as Ilhas Canárias e a África é de 100 quilômetros, especificamente entre a cidade marroquina de Tarfaya e a ilha canária de Fuerteventura.
Da redação do ON com agências internacionais.
Foto: Guarda Costeira da Itália/Divulgação