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Seul se esforça para manter rotina após tentativa de autogolpe

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol abandonou uma tentativa de lei marcial de curta duração em 4 de dezembro

Um alarme disparou em todos os celulares com números de Seul na noite de quarta (4), manhã no Brasil, inclusive no aparelho usado pelo enviado da Folha de S.Paulo, alertando para a paralisação parcial do metrô no dia seguinte.

A greve vinha em preparação semanas antes da tentativa de autogolpe promovida na terça (3) pelo presidente Yoon Suk Yeol, mas acabou se somando às reações da sociedade à frustrada manobra do chefe do Executivo

O presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol abandonou uma tentativa de lei marcial de curta duração em 4 de dezembro, após legisladores desafiarem as forças de segurança a votar contra sua declaração e milhares de manifestantes tomarem as ruas.

Um alarme disparou em todos os celulares com números de Seul na noite de quarta (4), manhã no Brasil, inclusive no aparelho usado pelo enviado da Folha de S.Paulo, alertando para a paralisação parcial do metrô no dia seguinte.

A greve vinha em preparação semanas antes da tentativa de autogolpe promovida na terça (3) pelo presidente Yoon Suk Yeol, mas acabou se somando às reações da sociedade à frustrada manobra do chefe do Executivo.

O sindicato do transporte público divulgou nota dizendo que, além da reivindicação de recontratar demitidos e abrir mais vagas de trabalho, tratava-se agora uma “greve contra o regime de Yoon”.

A reportagem passou cerca de quatro horas no metrô nesta quinta, nas linhas 1 e 3, as mais visadas pelos grevistas –junto com os trens regulares e de alta velocidade, fora da capital.

A longa espera era inusitada na estação Jongno 3-ga, onde as duas linhas se encontram, mas uma passageira disse que o número elevado de pessoas na plataforma era comum para o horário. Outro, posteriormente, afirmou ter esperado 15 minutos na linha 1, descrevendo como acontecimento bizarro.

O alvo político original do movimento era o prefeito de Seul, Oh Se-hoon, aliado de Yoon e possível alternativa a ele no Partido do Poder do Povo. Agora, os manifestantes miram toda a legenda. Houve reunião de negociação na tarde desta quinta, sem acordo.

A expectativa é de que a paralisação se amplie na sexta (6), véspera da votação do pedido de impeachment de Yoon, proposto pela oposição. A greve não deve se limitar ao transporte público, aproximando-se de um movimento generalizado. Entre as fábricas ameaçadas está a montadora Hyundai.

A tensão prosseguiu mais um dia, com o anúncio de investigações da Procuradoria e da polícia contra o presidente. Em sinal de resistência, Yoon rejeitou o pedido de demissão que havia sido apresentado pelo ministro da Defesa, Kim Yong-hyun. Argumentou que o país está sob ameaça à segurança nacional.

Também na quinta, autoridades americanas, que vinham evitando questionar o presidente, um dos principais parceiros dos Estados Unidos na região, passaram a elevar o tom crítico à tentativa de autogolpe.

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