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Exportações brasileiras para Argentina caem 25% em meio a ajuste de Milei e dificuldade na relação dos países

Balança comercial brasileira com o vizinho ainda se mantém positiva, mas caiu de US$ 4,75 bilhões para US$ 69 milhões no mesmo período

O Mercosul inicia nesta quinta-feira (5) sua 65ª cúpula com Brasil e Argentina, as principais economias do bloco, em lados opostos, com uma relação difícil que vem se refletindo em uma queda de comércio e divergências claras em vários temas, mesmo que ambos tenham chega a um consenso sobre o acordo comercial com a União Europeia, que pode ser finalmente concluído.

Segundo a agência Reuters , dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil (MDIC) mostram que entre janeiro e outubro deste ano a Argentina comprou 24,8% menos produtos brasileiros que no mesmo período do ano passado, enquanto o Brasil aumentou a importação em 9,7%.

A balança comercial brasileira com o vizinho ainda se mantém positiva, mas caiu de US$ 4,75 bilhões para US$ 69 milhões no mesmo período.

A embaixadora Gisela Padovan, secretária para América Latina e Caribe do Itamaraty, credita a queda ao ajuste fiscal feito pelo governo do presidente argentino, Javier Milei.

“Eu não estou preparada para comentar em detalhes a economia argentina, mas é a única explicação. De uma hora para outra você tem uma queda deste tamanho. O que mudou este ano? Entrou um novo governo que promoveu um ajuste bastante forte e tem implicações infelizmente negativas para nós”, disse a embaixadora em entrevista sobre a cúpula do Mercosul, que será realizada nesta quinta e sexta (6) em Montevidéu.

Em 2023, o Brasil teve um superávit em torno de US$ 6 bilhões com os países do Mercosul, segundo a embaixadora, enquanto este ano o resultado ficou mais equilibrado. Somente entre Brasil e Argentina, a corrente comercial entre os dois países caiu US$ 10,8 bilhões, segundo os dados do MDIC.

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