Redação ON
A Justiça do Rio Grande do Norte “empurra com a barriga” um processo que envolve o promotor Sidharta John, que, mais de seis anos atrás, atropelou e matou o médico paraibano Ugo Guimarães, no município de São Miguel do Gostoso. O promotor responde por homicídio culposo, agravado pelo consumo de álcool, omissão de socorro e pelo fato de ter atropelado a vítima enquanto ela estava na calçada.
O pleno do TJRN, composto por 15 desembargadores, ficou de julgar o caso no último dia 27/11, mas foi obrigado a adiar o julgamento porque houve uma manifestação de suspeição pelo revisor e o caso foi mais uma vez protelado, correndo o risco de, um dia, vir a prescrever sem qualquer punição para o promotor.
No dia 2 de novembro de 2018, Ugo Guimarães, então com 67 anos, estacionou seu carro em São Miguel do Gostoso para pedir informações sobre a pousada onde ficaria hospedado. Ao retornar ao veículo, foi atropelado por um quadriciclo conduzido por Sidharta John.
No momento do acidente, segundo atesta o Ministério Publico, o promotor estava sob efeito de álcool. Gravemente ferido, Ugo foi transferido para um hospital em João Pessoa, onde permaneceu internado por duas semanas, quando veio a óbito devido à gravidade das lesões.
O que diz a defesa da vítima
Em documento enviado à redação, Rafael Vilhena, advogado da família da vítima, afirma que o réu, por ser um Promotor influente no Ministério Público do RN, vem conseguindo conduzir o caso à impunidade, pois já foi absolvido no processo administrativo disciplinar, que entendeu não ter havido por parte dele, qualquer conduta incompatível com o cargo, tendo também conseguido modificar a denúncia de homicídio doloso (dolo eventual) para culposo e vem contando com a leniência do Ministério público que fecha os olhos pra questões gravíssimas que ocorreram na investigação, como o desaparecimento daquela que seria a principal prova do processo, as filmagens da área piscina do hotel, onde o Promotor passou as horas que antecederam o fato.
